"A morte é a mudança completa de casa sem mudança essencial da pessoa". Chico Xavier

domingo, 3 de janeiro de 2010

Médico psiquiatra investiga a mediunidade

Sérgio Felipe de Oliveira é médico. Licenciado pela Universidade de São Paulo (USP), é Doutor em Ciências pela USP, diretor clínico do Pineal-Mind Instituto de Saúde de São Paulo. Além disso, atua nas áreas de Psiquiatria e Clínica Médica. É ainda coordenador e professor responsável do Curso de Pós-Graduação Latu-Sensu de Psiquiatria Transpessoal, disponibilizado pela Universidade de São Paulo (USP). Presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo, aqui fica a entrevista com um dos mais respeitados médicos psiquiatras e investigadores da atualidade.

Nos seus cursos, como introduz às pessoas o estudo da mediunidade?

Sérgio Felipe de Oliveira - De início, é necessário apresentar os conceitos de Universos Paralelos e a Teoria das Supercordas (1), porque essas hipóteses científicas buscam a unificação de todas as forças físicas conhecidas e pressupõem a existência de 11 dimensões, coincidindo com a revelação espírita sobre os diversos planos da vida espiritual. Temos de estudar também outros temas científicos importantes, tais como a energia flutuante quântica do vazio (2), prevista por Einstein e desenvolvida por Paul Dirac, o teorema de Godel (3), e discutir um pouco acerca do tipo de matéria que participa da constituição dos corpos sutís do espírito, e recorremos ainda à área da Psicologia Transpessoal (4). Assim poderemos entender melhor como se produz a comunicação entre os espíritos encarnados e desencarnados.

Como é vista a mediunidade pela medicina?

SFO - O Código Internacional de Doenças (CID) n.º 10 (F 44.3), de certa forma, já o admite. Do mesmo modo que o Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, no capítulo sobre as teorias da Personalidade, quando se refere ao estado de transe e a possessão por espíritos. Carl Gustav Jung, por sua vez, estudou uma médium possuída por espíritos. Enfim, já há total abertura para discutir o tema sob a ótica meramente científica.

No contexto fisiológico, o que é a mediunidade?

SFO - A mediunidade é uma função de senso-percepção. É igual a uma outra qualquer função deste tipo. Para exercê-la é necessário que haja um órgão que capte e outro que interprete. Na nossa hipótese de trabalho, a glândula pineal é o órgão sensorial da mediunidade; como um telemóvel, capta as ondas do espectro eletromagnético que provêm da dimensão espiritual e o lóbulo frontal faz o juízo crítico da mensagem, auxiliado por outras áreas encefálicas.

A glândula pineal altera-se com a idade?

SFO - De fato, ocorre a biomineralização da glândula pineal, ela calcifica-se. Enfim, na minha tese de mestrado na USP, investiguei os cristais de apatita da pineal, mediante a difração dos raios-X, utilizando ainda a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Tive a oportunidade de observar nesses cristais uma microcirculação sanguínea que os mantêm metabolicamente ativos e vivos. Penso que são estruturas diamagnéticas que repelem ligeiramente o campo magnético, e isso faz com que a onda caminhe em 'ricochete' de um cristal ao outro. Assim se produz o sequestro do campo magnético pela glândula pineal. Quanto mais cristais tem um indivíduo mais possibilidades terá de captar ondas eletromagnéticas. Os médiuns ostensivos revelam possuir mais cristais.

Que sintomas poderiam derivar deste fato?

SFO - Variam dependendo do tipo de mediunidade. Nos fenômenos espíritas, como é o caso da psicofonia, psicografia, possessão etc., há captação pelos cristais da glândula pineal e sua ativação é adrenérgica, quer dizer que pode ocorrer taquicardia, aumento de fluxo renal, circulação periférica diminuída, etc. No fenômeno anímico, em que a alma do encarnado se desprende do corpo, ou seja nos estados de desdobramento, os sintomas são outros; podemos ter distúrbios de sono, sonambulismo, terror noturno, ansiedade, fobia, etc. Encaixam aqui também os fenômenos de cura e ectoplasmia. Nos anímicos ocorrem mais fenómenos colinérgicos; aumento de actividade do aparelho digestivo, diminuição da pressão arterial etc.

Quer dizer que a mediunidade não se manifesta sempre como fenômeno paranormal?

SFO - Nem sempre. Uma boa parte das vezes se expressa mediante alterações do comportamento psicobiológico. Explico: a glândula pineal é um órgão sensorial, capta as ondas do espectro magnético provenientes de universos paralelos; a percepção seria enviada ao lóbulo frontal que a interpretaria. Mas para isso é necessário experiência e sobretudo estudo e também transcendência, senão não se desenvolve nessa área.

E se o indivíduo não consegue essa transcendência?

SFO - Nesse caso, as ondas do espectro magnético vão influir diretamente sobre as áreas do hipotálamo e as estruturas adjacentes sem passar pelo juízo crítico do lóbulo frontal ou sem seu comando. O indivíduo perde o controle do comportamento psicobiológico ou orgânico. É o que se passa em muitos casos de obesidade, quando a pessoa come sem necessitar, ou pode ter dificuldades nas relações sexuais. Se o impacto se produz na área da agressividade, pode exacerbar a autoagressividade do indivíduo, e desencadear depressão e fobia, ou a heteroagressividade, que expressa violência para com os outros. Se se aciona o sistema reticular ascendente, que é o responsável pelos estados de sono e vigília, podem ocorrer distúrbios nessa área. Nos casos citados ocorrem sintomas sem desenvolvimento mediúnico, com alterações hormonais, psiquiátricos, orgânicos. Se não se controla o lóbulo frontal, predominam as áreas mais primitivas. O indivíduo não usa a capacidade de transcendência. São hipóteses que recolhi nas investigações e nos elementos clínicos.

O problema é espiritual ou orgânico, o que diz?

SFO - Não existe uma coisa separada da outra. Eu parto da hipótese de que a pessoa é o espírito. Assim, a influência espiritual tem repercussões biológicas e os comportamentos psicorgânicos influem sobre o espírito.

Como integrar ciência e espiritualidade?

SFO - O cérebro está embriologicamente previsto no coração. Não existe raciocínio sem emoção. Somente o desenvolvimento da capacidade de amar constrói a verdadeira identidade das pessoas. Enquanto não existir uma união definitiva entre ciência e espiritualidade, a humanidade não encontrará a paz e o amor.

Faz as suas pesquisas exclusivamente com investigadores espíritas?

SFO - Não. Fazemos com espíritas e não espíritas, já que ambos temos os mesmos objetivos.

Atualmente tem algum projeto?

SFO - Sim, a Universidade do Espírito é um projeto universitário para o ensino e investigação em pós-graduação para profissionais das áreas da medicina, psicologia, pedagogia, sociologia, biologia, física, cosmologia e outras. Contará com salas de aula, laboratórios, biblioteca, administração, arquivos, ambulatórios e um centro de informática. Este nosso projeto conta com o apoio de várias instituições estatais, como a própria USP e privadas, além de vários profissionais em diversas áreas científicas. Deste modo, a Universidade do Espírito funcionará como elemento centralizador da rede de formação de hospitais espíritas, que no Brasil são cerca de 100. Também contará com um núcleo de estudiosos espíritas da USP, que reunirá professores, cientistas e investigadores espíritas desta universidade, sem excluir outros cientistas estrangeiros, como o vosso eng.º Luís de Almeida, que foi por nós convidado para ingressar neste projeto.




Um comentário:

Ciência e Espiritualidade disse...

A ESPIRITUALIDADE PLENA DE LUZ

A espiritualidade é uma manifestação intuitiva da realidade espiritual do ser humano. A consciência espiritual começou a despertar na mente humana, já no homem de Neandertal, que enterrava seus mortos com reverência e algum ritual, por acreditar na continuação da vida espiritual.
Por paradoxal que pareça, para entendermos a espiritualidade humana é bom seguirmos os passos do progresso da ciência, que reduzindo a matéria nos seus elementos chegou à anti-matéria ou vácuo quântico, substância escura, sem massa que pervade mais de 90% do cosmo observável. É o fundo imóvel de energias em equilíbrio que quando vibra cria matéria e consciência cognitiva, é a causa em potência que se transforma em ato. “Aristóteles”
Todo o universo material, inclusive o homem, provém de um processo organizacional ascendente, da não matéria para partículas, átomos, moléculas, e células neurais.... Portanto podemos identificar essa não matéria como um oceano espiritual no qual estamos submersos e em contato permanente célula por célula.
Interagimos constantemente com esse “Uno” espiritual através da nossa mente nos seus três níveis de consciência: espiritual, emocional e racional.
O nível racional ou consciente é o mais recente desenvolvimento dos humanos, tem sua estrutura neural no córtex cerebral com conexões em série, o pensamento é processado por ondas cerebrais que são interpretadas pelo nível espiritual.
O nível emocional ou inconsciente, instintivo nos animais, é inerente à vida em todas as suas formas, no ser humano suas conexões neurais estão por todo sistema nervoso em redes paralelas, seus registros são processados por ondas cerebrais que também são interpretadas pelo nível espiritual.
O nível espiritual ou super-consciente é a essência do programa do ser que precede a existência, no ser humano a consciência espiritual atua na base cerebral com uma onda de 200 Hz. (descoberta recente) que faz a leitura das ondas do consciente e inconsciente e devolve informação com inteligência, emoção e consciência, portanto a consciência inteligível e emocional é processada no cérebro e interpretada pelo espírito.
Com o entendimento da ciência do ser espiritual, torna-se compreensível o poder da oração e da meditação, pois ambas requerem a focalização do pensamento em algum propósito, e as ondas do pensamento não precisam ganhar as alturas para chegar até Deus, pois o seu espírito está em contato conosco célula por célula. “Vale lembrar o que já foi dito há dois milênios “O reino de Deus está dentro de vós” ou “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram, o adorem em espírito e em verdade” ou “A verdade vos libertará”.
Até agora o que foi conseguido em termos de saúde, alegria e paz de espírito por poucos pela fé, poderá ser alcançado por muitos pelo entendimento. Santo Agostinho escreveu, “Compreender para crer, crer para compreender” porque ele acreditava que não só o credo, mas também a razão aproxima o homem de Deus.
E assim a aventura humana vai chegando ao seu topo, com mais compreensão e consciência espiritual.

Ivo da Silva Bitencourt
03/12/2008